segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mês de Maio!

Boa noite, irmãos e amigos!

Nesse mês de maio a TUPJC, fará homenagem as entidades, Pretos-Velhos e Ciganos.
A primeira homenagem será para nossos amados Vovôs e Vovós de Umbanda, dia 05/05*. A segunda será aos Ciganos e Povo do Oriente, dia 19/05.
Vou falar agora dos Pretos-velhos, esse trabalhadores incansáveis e abnegados de nossa religião.
O dia dedicado a essas guias é 13/05, dia da abolição da Escravatura.
Nossos Vovôs e Vovós, os anciões da Umbanda. Um dos pilares da nossa amada religião.
São os negros, escravos, vindos da África na época da colonização do Brasil. Representam, espiritualmente, aqueles que encontraram a evolução espiritual, através do sofrimento, da resignação e do perdão. Seu arquétipo, é os dos Negros e Negras, idosos. Geralmente vem curvados, como se os longos anos e s trabalhos  forçados, pesassem em seu corpo.
Sua figura nos ensina a humildade, a compaixão, a fé, a sabedoria ancestral e o perdão. Também nos ensina a paciência diante das adversidades e dos sofrimentos da vida, e que nada acontece por acaso. O respeito àqueles que tem mais idade, pois o tempo é que trás o conhecimento, não só de nós mesmos, como também da religião e da magia.
Representados pela Linha das Almas, ou dos Orixás; Obaluaê, Omulú e Nanã Buruque.
Sua cor, guias e velas são bi-colores: Branca e preta. (Geralmente)
Nas festas em sua homenagem geralmente serve-se: Feijoada completa, bolo de fubá, galinhada, angu, café puro sem açúcar e sangue de cristo (vinho). Dependendo da entidade elas tem suas preferências.
Os pretos e pretas velhas, trabalham, com cachimbo, cigarros de palha, fumo de rolo, terços, rosários, crucifixos, velas, ervas, defumações, bengalas etc. Geralmente as vovós tem seus lenços amarrados na cabeça e alguns vovôs usam chapéu.
Sempre com uma palavra amiga, um conselho precioso, ou uma mironga esperta, para ajudar "os fios" de fé.


" Filho de Umbanda, não pode bambear
Se ele tomba no caminho
Preto-Velho vai buscar
Oh bambeou, meu pai,
Oh bambeou.
Oh bambeou, meu pai,
Mais não tombou!"




"Preto-Velho senta no toco               
E faz o Sinal da Cruz, 
Pede proteção a Zambi,
Para os filhos de Jesus.
Cada conta do seu rosário
É um filho que ali está.
Se não fosse Pai João
Eu não sabia caminhar.
Eu gosto muito do meu vovô
Foi ele quem me ajudou.
Vovô, esse filho é seu.
Salve a coroa, vovô
Que Oxalá lhe deu."


Esses dois pontos cantados em nossa Tenda, mostram um pouco do que é a entidade Preto-Velho.

Saravá!
Salve nossos mais velhos!
Adorei as Almas!
*Para maiores detalhes da nossa festa, entre na aba eventos desse blog.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Hoje é dia de Ogum! (São Jorge)

Boa tarde caros irmãos e amigos!

Hoje é um dia especial para a Umbanda, pois é dia de Ogum, sincretizado como São Jorge. Um dos Orixás mais louvados e cultuado seja na Umbanda ou no Candomblé.
Ogum é o Orixá Guerreiro do panteão Iorubá, conhecido também como o Ferreiro.
Na Umbanda é invocado como o vencedor de demandas, aquele que protege seus filhos e adeptos da religião nas guerras e batalhas do dia à dia.
Com suas armas: lança, espada e escudo, montado em seu cavalo é o grande protetor. De grande força e impetuosidade.
Salve a Falange de Pai Ogum!
Salve Ogum Beira-Mar, Sete Ondas, Iara, Matinada, Rompe Mato. Ogum de Ronda, Naruê. Ogum Megê, Ogum Dilê. Salve Ogum Marinho, Xoroque, Sete Espadas.

Salve Nosso Pai Ogum
Ogunhê Patacori Papai!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mensagem

Hoje posso dizer que sou uma pessoa, mais tranquila e mais consciente.
Meu coração está em paz, comigo mesma e com o mundo.
Encontrei no caminho da espiritualidade, o que faltava para o equilibrio físico e mental.
Acredito que todo ser humano, como ser espiritual, deva galgar algum caminho espiritual. Independente qual seja. Sendo de amor, compaixão e solidariedade, é válido,
Pois não há apenas uma verdade, assim como não há apenas uma religião.
Religião, significa religar-se a Deus, a uma força maior que rege o Universo. E de onde vem a essência (alma) do ser humano. Por tanto não existe apenas uma maneira de se religar a essa Energia Suprema.
As religiões são chaves que o ser humano criou, inspirado por Deus, para abrir as portas dos corações dos homens. Cada coração tem uma fechadura, algumas se assemelham a outras. A religião serve como chave, para abrir essa porta para Deus e a espiritualidade.
É uma pena que muitos líderes religiosos se acham o dono da verdade absoluta.
Porém digo: "Se você não tirou ainda as vendas dos próprios olhos, como espera tirá-las dos olhos dos outros"
Deus é amor, é vida é paz... não precisa procurá-lo em templos de pedra, ou personificado em outras pessoas, pois ele está dentro e fora de você.
Pessoas podem mostrar-lhe o caminho, porém quem terá que trilhá-lo é você mesmo.
 
Janaina  de Souza

Palavras de Sabedoria de Chico Xavier

"Ora, nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém... Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos.”

Chico Xavier

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Fundamantos de cantar, bater palmas e tocar Atabaques na Umbanda

A nossa irmã de fé Vanessa Cruz encontrou esse texto na internet e me passou. Achei bem interessante e estou postando.

Espero que gostem.

Janaína de Souza







Newton Carlos Marcellino

Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente, podemos imaginar essa comunicação através de freqüências.
O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem freqüências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As freqüências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a freqüência na qual está programado.
Analogamente, se imaginarmos que nossos pensamentos são como freqüências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são freqüências, podemos dizer que são essas freqüências que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados.
Quando nos dirigimos ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa freqüência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a freqüência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa freqüência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas.

Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de freqüências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater palmas.


Como funciona?


Ao final de um espetáculo, um show, um discurso, normalmente as pessoas batem palmas para demonstrar àquele que se apresentou o agradecimento, por compartilhar aqueles minutos de entretenimento ou aprendizado. Se as palmas se estenderem por vários segundos, aos poucos elas vão entrando num ritmo e muito rapidamente todas as pessoas batem palmas no mesmo ritmo e, junto com essa sonorização, algo começa a acontecer: as pessoas começam a se sentir mais alegres, com vontade de rir, ou seja, as pessoas ali envolvidas começam a vibrar numa mesma freqüência, e inconscientemente, todas estão fazendo as mesmas coisas que as outras pessoas estão fazendo.

Já com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.

Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível de freqüência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a baixa auto-estima, as preocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as informações que estão sendo passadas.

Com a freqüência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e de acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.

Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da auto-estima. Com base nisso, por estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa freqüência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras pessoas.

Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.

No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas freqüências começam a se igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.

Quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.
Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si, para que seja mais fácil ainda, e no caso de um guia estar trabalhando no desenvolvimento de um cambono, o guia canta para o cambono ouvir o ponto e elevar sua freqüência para facilitar a incorporação.

Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa atrapalhar o médium.

Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser mudadas, pois toda a mironga feita pelo guia está nas disposições das palavras. Quando feita pelo homem, as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem arranjadas.

Se prestarmos atenção, alguns pontos parecem não fazer sentido, mas quando cantados, no ritmo certo, acabamos fazendo as mirongas que estão escondidas nos pontos. É por isso que alguns pontos possuem palavras conjugadas de maneira errada ou em tom bem caipira, pois essas palavras foram inseridas nos pontos propositalmente, para poder servir como “palavras mágicas” a serem proferidas por todos, ou seja, os sons que essas palavras produzem é que produzem os efeitos requeridos.

Alguns pontos, quando entoados, podem afastar diversos males, como espíritos obsessores ou pessoas que tentam derrubar o terreiro.

Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para descarrego, para despedida, para provocação, para cruzamento de linhas, para cruzamento de falanges, etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua finalidade para o bom andamento do trabalho.

Alguns pontos devem ser evitados cantar tanto dentro do terreiro quanto em nossas casas, pois eles podem atrair maus espíritos. Pontos que falam muito de cemitério, morte, ou qualquer tipo de bestialidade devem ser evitados.

Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o terreiro.

Ao ser entregue no terreiro, primeiro é trocado o couro que vem com o atabaque, para eliminar os fluídos de “comércio” que foram depositados sobre ele na loja que o comercializa; depois, são feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada sobre o atabaque. São colocados patuás de acordo com o guia que será o “dono” do atabaque e são feitas rezas sobre ele para fortalecer a energização.

O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as forças que regerão o atabaque. Em seguida o atabaque é entregue ao ogan que tocará o atabaque nos trabalhos.

Normalmente em um terreiro, os atabaques são múltiplos de três, mas são os guias que definem o número correto a ser utilizado nos trabalhos. O maior dos atabaques é o Rum, destinado ao guia que rege a casa; o segundo, é o Rumpi, destinado ao segundo guia que rege a casa ou ao guia que rege a coroa do pai ou mãe-de-santo fundadores do terreiro; o terceiro, e o menor deles, é o Lé, muitas vezes destinado à Exu ou a um guia homenageado pela casa. As ordens dos donos de cada atabaque são definidas pelos guias que regem o terreiro, podendo eles alterar essa disposição.  

O Rum é sempre tocado pelo ogan chefe e só poderá ser tocado por outro ogan
desde que o ogan chefe permita. Ele, o Rum, serve para dar os primeiros toques nos pontos, repicar e conduzir os trabalhos. O Rumpi é tocado pelo segundo ogan, dando o ritmo do toque e mantendo a harmonia. O Lé é tocado pelo ogan iniciante, que ainda está em processo de aprendizado, seguindo sempre os toques do Rumpi.

Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado (normalmente não é permitido ao convidado tocar no Rum).

Em terreiros tradicionais e candomblés, o ogan chefe sempre é considerado o detentor do conhecimento sobre as giras, assumindo sempre sete anos a mais de experiência sobre o pai ou mãe-de-santo. Isso se deve ao fato de que o ogan conhece todos os preparos para as giras, e é quem conduz a energia de sustentação dos trabalhos.

Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.

Um ogan mal intencionado pode derrubar uma gira apenas tocando o atabaque, e muitas vezes, consegue derrubar todo o terreiro. Para que se evitem problemas, há pontos chamados de provocação, onde o ogan do terreiro tenta quebrar as forças do ogan mal intencionado entoando pontos de quebra de forças e demanda.

Cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.

Alguns terreiros de candomblé não permitem que mulheres sejam ogans alegando, segundo Mattos “(…) que elas não poderiam usar os instrumentos sagrados
por ficarem de pajé (menstruadas)” (pg. 93). Ainda citando Mattos, “(…) porém, na umbanda, um indivíduo feminino tem totais condições de ser uma atabaqueira, sem problema algum. Se considerarmos que os Ogãs tem um poder divino, uma faculdade mediúnica musical, esta não vem com o gênero, e sim com o espírito e este por ter origem na essência divina, não tem sexo” (pg. 93).

Há outros instrumentos que são usados nos trabalhos para auxiliar os toques dos atabaques, como o agogo, chocalho, triângulo, pandeiro, berimbau, etc.

É importante que os filhos da corrente e a assistência participem das giras cantando e batendo palmas, pois sem essa união de forças dificultam o bom andamento do trabalho. Se não sabe o ponto, bata palmas, mas principalmente, preste atenção nos pontos, pois normalmente eles são curtos e repetitivos, fáceis de aprender. Para os pontos mais longos, que quase não se repetem, ou mesmo para aqueles pontos que são cantados em giras especiais, como de ciganos, marinheiros ou boiadeiros, os terreiros muitas vezes deixam disponíveis pastas com os pontos escritos, e em alguns casos, as pessoas se reúnem antes das giras para cantarem os pontos e aprenderem aqueles que não sabem.

Não é vergonha não saber os pontos, vergonha é não participar, não ajudar a cantar ou bater palmas, assim como achar que não tem voz boa pra cantar e por isso não cantar.

Cantar ajuda a todos, aos guias, aos médiuns, aos cambonos, a assistência, a afastar maus espíritos, más influências, miasmas no plano astral, energias negativas, e atrai sempre bons fluídos, boas energias e boas vibrações.



Bibliografia Consultada


Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda – Federação Espírita de
Umbanda – Editado pela Federação Espírita de Umbanda – 1942
MATTOS, Sandro da Costa O livro Básico dos Ogans .
ORPHANAKE, João Edson A umbanda às suas ordens. Tríade Editorial
ORPHANAKE, João Edson Umbanda Perguntas e Respostas. Tríade Editorial